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Cinema (I)

Falemos de filmes. Assisti um daqueles que ainda viram cult de modeletes profundas. Inicio da carreira bem planejada do Tom Hanks, Joe contra o vulcão, é um filme levemente pretensioso, mas correto no geral. É interessante, para os que querem se sentir menos idiotas do que na verdade são, escutar a Loira Ryan dizer: "a maior parte das pessoas esta dormindo. Alguns poucos estão acordados e ficam maravilhados ao olhar ao redor. São os que estão realmente vivos." Como disse, vale a pena assistir, pra sessão da tarde.
Bem, um dia o Steven Spilberg resolveu esquecer do bla-blá-blá pra Judeu ver, das histórias sobre racismo (seus melhores filmes sem dúvida) e dos contos para pirralhos. Não conseguiu. Começou bem, no meio parecia o ET e no final quando parecia que ia ter uns lapsos de genialidade, ficou no lugar comum. Se eu esquecesse da música ruim, do cara narrando e do excesso de cenas redundantes explicativas (seria outro filme portanto) podia pensar que ele afinal teria lido o roteiro do Kubrick. No final. Este final que seria tachado de pessimista por muitos. O homem só esta feliz com a mãe e procurará uma relação assim para o resto da vida. A mulher só é completa pelo filho. Mas assim é. O homem é infantilóide. A mulher obtusa e instintiva demais para entender qualquer coisa. Assim falou Zaratustra. E tudo no final termina como Shakespeare disse: a vida termina com um sono.
A mensagem que o filme passa não é desanimadora: clamem pela vida. Clamem só por que estamos aqui. Assim falou Zaratustra. É o nosso destino. Tudo apenas memórias. Tudo é só isto. É o final do conto Íris, um dos melhores do Hesse, o espírito livre, leitor de Nietzsche. O título da coletânia de contos onde Íris aparece é MARKHEIN, Fábulas. Coincidência ou não, Joseph Campbell o mitólogo sério que consegue até vender Best Sellers, estava lá em um dos seus maiores insights quando o pinóquio-robô explica que procurava não ao gepeto, tocar seu criador, não o sentido da vida, mas sentir o enlevo, que é estar vivo, se reconhecer vivo e pleno: "Me faça de verdade. Me faça de verdade!" Foi uma tentativa fraca do Spilberg de fazer uma fábula moderna, de um mundo sem Deus.
Só um aposto. Deus não existir só aumenta a maravilha das coisas. A dificuldade esta em quebrar o modelo dos nossos avós. Mudança é difícil. Haverá um dia em que será difícil acreditar, que já levaram a sério a existência do espírito e Deus; que se rezasse pro infinito.
Vou te falar o que sei as mulheres. Um dia eu conheci alguém que tinha uma sensibilidade para compreender situações, uma alegria interior e uns olhos negros lindos como nunca vi iguais. A expressão de doçura e de serenidade permeava o seu rosto e a deixava tão linda... Não foram precisos mais do que seis meses para que as minhas indagações e os meus questionamentos a entediassem. Se aborrecia por que eu citava Voltaire quando ela insistia pra que eu fosse na missa. Se acredita. Pelo menos se o padre soubesse falar... Podia ser só português mesmo... Eu era estúpido o suficiente pra não ser machista, demonstrar insegurança e fazer o que ela queria. No final nem discordava mais. Aceitava tudo em nome do amor. Mas eu aprendo... Ah estas mulheres... Sempre procurando o seu orangotango-estufa-peito. Seu macho forte. Mas elas encontram. Este negócio de adolescente que quer mudar o mundo não ta mais se sustentando na minha cabeça não. Tem quem não queira sair da redoma. Fica feliz assim. (rezar serve para a boa higiene mental, mas meditar também serve e não nos deixa tão passíveis de idiotice).

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