Há poucos filmes essenciais. Ainda assim, entre estes, raros são tão transbordantes de poesia quanto A dupla vida de Veronique.
Dizer que tem uma história intrigante é chover no molhado, muitos filmes são boas histórias. Isto não explica.
(não é um triller erótico sobre uma mulher com uma vida dupla, como me perguntou um amigo animado a ir na locadora mais próxima, mas sim duas mulheres identicas, vivendo em lugares diferentes uma vida muitissimo parecida)
A forma narrativa é diferente dos filmes comerciais americanos? Almodovar também é.
A mocinha do filme tem uns peitos bonitos? Minha vizinha também.
A trilha sonora é boa? Sim, linda, mas isto tornaria todos os filmes com música do Bernard Hermann obras primas: podia ser o Spilberg a dirigir.
O que de cara chama atenção é que fala-se pouco, ninguém precisa nos narrar o que acontece.
Ele é sutil. Profundo. Mesmo cru, não consegue deixar de inundar-nos de esperança..
Mas não se equivoque. Antes de tentar enquadrá-lo aqui o
Aprender a amar ou iludir-se voluntariamente. Como estou deixando de ser um lobo da estepe...
Quem tem dEus não precisa dos outros... Quem aprendeu a ver flores, não precisa mais inventar dEus.