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As quatro nobres verdades do Budismo. (interpretação livre)

1. O sofrimento é inerente a toda forma de existência.
2. A ignorância é a origem do sofrimento: o desejo egoísta e os apegos de qualquer tipo. A insatisfação é resultado dos anseios e desejos que não podem ser plenamente realizados, e estão atrelados à sede de poder. A maioria das pessoas é incapaz de aceitar o mundo como é porque é levada pelos vínculos com o desejo narcisístico do sempre agradável e com sentimentos de aversão pelo negativo e doloroso. O anseio sempre cria uma estrutura mental instável, no qual o presente, única realidade fenomênica, nunca é satisfatório. Se os desejos não são satisfeitos, a pessoa tende a lutar para mudar o presente ou agarra-se a um tempo passado; se são satisfeitos, a pessoa tem medo da mudança, o que acarreta novas frustrações e insatisfações. Como tudo se transforma e passa, o desfrutar de uma realização tem a contrapartida de que sabemos que não será eterno. Quanto mais intenso for o desejo, mais intensa será a insatisfação ao saber que tal realização não irá durar. Não há mal que sempre dure ou bem que nunca se acabe.
3. Extinguindo a ignorância se extingue o sofrimento. Como? O controle dos apegos e desejos leva à extinção do sofrimento. Controlar o desejo não significa extinguir todos os desejos, mas sim não estar amarrado ou controlado por eles, nem condicionar ou acreditar que a felicidade está atrelada a satisfação de determinados desejos. Os desejos são normais e necessários até certo ponto, pois eles têm a função primária de preservar a vida orgânica. Mas se todos os desejos e necessidades são imediatamente satisfeitas, é provável que passemos a um estado passivo e alienado de complacência. A aceitação refere-se a uma atitude calma de desfrute dos desejos realizados sem nos perturbarmos seriamente com os inevitáveis períodos de insatisfação. Manter o equilibrio, não cedendo aos apelos do mundo nem aos apelos religiosos.
4. O caminho que conduz à libertação do sofrimento é o Caminho Óctuplo. Muitas pessoas buscam o mais alto grau de de satisfação dos sentidos, e nunca se dão por satisfeitas. Outros, ao contrário, percebem as limitações desta abordagem e tendem ir ao outro prejudicial extremo: a mortificação. O ideal budista é o da moderação.

I. O entendimento correto (a correta consideração da vida e do mundo, compreensão das quatro nobres verdades e da não-individualidade da existência)
II. O julgamento correto.
III. A palavra correta.
IV. A ação correta.
V. O modo de vida correta. (profissão)
VI. O esforço correto.
VII. A atenção, a memória e a consideração corretas.
VIII. A meditação. (manter-se pleno)

Essas oito regras constituem os fundamentos da prática budista. Devidamente aplicadas, conduzem a uma vida equilibrada e harmoniosa,e finalmente à libertação. As duas primeiras regras - o entendimento e o julgamento corretos - têm a ver com o desenvolvimento da sabedoria; as outras três - palavra correta, ação correta e modo de vida correto - referem-se à conduta ética; as duas últimas - atenção e meditação corretas - tratam da disciplina mental.
Sempre devo me perguntar: por que isto é assim? Se nos preocupamos com o desenvolvimento para o mundo externo, a insatisfação e o sofrimento são quase inevitáveis. O budismo tem três marcas distintas:
* a impermanência : todos os fenômenos são efêmeros, ou seja, estão sujeitos à transformações.
* insubstancialidade : seres não possuem qualquer núcleo estável que determine a sua natureza, mas são um complexo cambiante (trocam constantemente) de relações.
* nirvana : estado de extinção dos sofrimentos que se manifesta quando o homem compreende as duas outras marcas e se liberta da ilusão do "eu" e dos apegos egoístas que ela produz.
A tradição mais antiga do budismo (theravada) é não-teísta. Para o buda original, o universo existe num processo de destruição e criação, sem começo e nem fim. Não fala em alma imortal. Ele não é o representante de dEus. Recusa-se inclusive a responder questões que tratem da inteligibilidade metafísica. Cada um encontre o seu caminho!
Filosofia de vida ou religião, não importa: "não existem seguidores mais tolerantes, nem menos fundamentalistas". O budismo é o único dos grandes sistemas morais humanos que jamais apoiou, financiou ou incentivou de qualquer forma a guerra. Preciso falar do cristianismo católico ou protestante? Paulo de Tarso, o sanguíneo, deu lenha aos Cristãos, os que precisam da verdade e que julgam possuí-la. Qual verdade?
A despeito das criticas que faz ao budismo fala o martelo: "o budismo é mil vezes mais realista que o cristianismo, graças ao grande fisiologista que é buda". Vou tentar ler, sintetizar e escrever sobre as correntes do budismo (em 30 anos?). Herman Hesse, grande leitor do Nietzsche, escreve sobre a vida de um xará do Gautama Buda que também atinge a iluminação, mas este Sidarta não deixa de nos dizer, num encontro com o mestre que não nos serve o caminho e o modelo dos outros... Não adianta ele pregar... Hermann Hesse tem uma visão individualista e coerente da vida (lapsos que às vezes o Diogo Mainardi tem). Não pode-se esquecer que o budismo é também uma perspectiva...

"Não acredite em algo simplesmente porque ouviu. Não acredite em algo simplesmente porque todos falam a respeito.
Não acredite em algo simplesmente porque esta escrito em seus livros religiosos. Não acredite em algo só porque
seus professores e mestres dizem que é verdade. Não acredite em tradições só porque foram passadas de geração em
geração. Mas depois de muita análise e observação, se você vê que algo concorda com a razão, e que conduz ao bem e
beneficio de todos, aceite-o e viva-o". Siddharta Gautama

Alguém poderia dizer, Buda saiu em vantagem sobre  Jesus, não teve mãe.
Buda ainda fala da falta de valor do que teve, principe, abandonou tudo. Jesus criticou o que jamais teve.

Comentários

Anônimo disse…
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