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Mostrando postagens de abril 12, 2002

Musica (III)

Fiquei completamente absorvido ao escutar música hoje: Elis Regina cantando Sinal Fechado e Glen Gould tocando a variação GoldBerg nº 1. Geniais. A música do Enio Morriconi "Once a Time in West" age dentro de mim, e sinto tudo remoer. Lembro imediatamente da cara da Claudia Cardinalli e tenho vontade de voltar duzentos anos na história me casar com alguém assim e morar isolado no meio do mato. É uma sensação estranha. Pocahontas costuma provocar a mesma coisa. É a fase adolescente que teima em sobreviver. É algo no nosso fiirmware que todos temos. Me auto analizando, imagino que tenha a ver com o preenchimento da ânima que não cuidei direito na adolescência quando era um rapaz ermitão e esquisito. Mas as duas também tem algo de selvagem que caracteriza bem a feminilidade.

Sem o que fazer...

Escrever é uma maneira de espairecer e desabafar. Esquecer por um instante que somos totalmente sós e incomunicáveis. Algumas vezes no ultimo mês tenho me sentido feliz como se houvesse algo a me guiar intimamente, algo a me tocar de maneira profunda. Aquele "cantar a cantiga do infinito em uma capoeira." "Ouvir a voz de dEus em um posso fundo." Escutar o que há de mais intimo e verdadeiro, me sentir uno, completo e feliz. É como se de repente estivesse abrindo os olhos. Vindo o que vier, havendo o que houver só dependo de mim mesmo para ser feliz. Só dependo da minha paz interior, do ponto imutável que permeia as novelas do Sr Kafka, algo que nunca compreendi muito bem ate hoje e não sei exatamente como verbalizar. É o olhar de fora sem perder a mobilidade e a espontaneidade. É a vida com a intensidade do Falstaff, a vivacidade da Rosalind e a franqueza consigo do Harry Haller.