Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de 2004

Como falar sobre a religião?

Como contraponto ao texto de Raimon Panikkar ... Como falar sobre a religião? "Eu gostaria de começar com a bela peça de Samnuel Beckett, 'Esperando Godot'. Ela é absurda, como absurda é a vida, mas o verdadeiro absurdo da vida, se compreendido profundamente, torna-se uma indicação para alguma coisa . Indefinivel. Além das palavras. A cortina se levanta: dois vagabundos estão sentados e esperando Godot. Quem é esse Godot? Eles não sabem, ninguém sabe. Mesmo o Samuel Beckett, quando uma vez lhe perguntaram quem era esse Godot, disse, 'Se eu soubesse, teria dito na própria peça'. Ninguém sabe, isso é um gesto Budista. Mas a palavra Godot soa como Deus (God, em inglês), o que é significante. Quem conhece Deus? Quem alguma vez o conheceu? Quem pode dizer, quem pode proclamar: 'Eu conheço'? Toda informação é tolice, e aquele que proclamar que conhece Deus, é simplesmente estúpido. Godot soa como Deus (God), o desconhecido. Ele pode ser tudo, ele pode ser nada. E

Nove maneiras de como não se deve falar de Deus

Encontrei este texto em uma página na internet. O tradutor procurava responder a alguns questionamentos que surgiram no seu blogger, por isto não quis excluir o prefácio do tradutor, tornava o texto mais coerente. Em um próximo post (sem data prevista) tentarei colocar algumas objeções (perdoe-me se peco de tanta pretenção) as idéias aqui colocadas. Sobre o tradutor http://proverbiota.blogspot.com/ Coincidência extraordinária, o blogger dele começa exatamente com a mesma frase que o meu. No principio era... Imagens recorrentes. O texto em inglês está em http://www.aril.org/panikkar.htm   "Algumas intervenções sobre Deus suscitaram comentários e críticas às quais fiz chegar minhas "respostas", sabendo de antemão que nunca eliminaria quaisquer dúvidas. Também nunca foi essa a minha intenção: não quero convencer ninguém. Contudo, desejaria que ao menos ficasse entre mãos dos que me vêm aturando um texto síntese das minhas motivações. Pensava elaborar um quando me caiu no m

Por que não passamos de robôs biológicos

Já a algum tempo vem sendo desenvolvidas pesquisas que procuram criar softwares controlados pela mente. Este é só mais um passo em direção ao óbvio: em algum tempo (sei lá quanto!) começaremos a programar o cérebro humano. Sim! Começaremos a desenvolver software capaz de interagir com o comportamento das pessoas. Isto é o futuro. Isto está muito mais perto do que se pensa. E há quem fale em alma. Queria descobrir onde ela está. "Isto é talvez ridículo aos ouvidos De quem, por não saber o que é olhar para as cousas, Não compreende quem fala delas Com o modo de falar que reparar para elas ensina." A dualidade do pensar, mente e corpo, esta Descarteada. =) Vale pra tudo: "Isto passará."

Sabedoria

Quando Gautama Buda viajava de um lugar a outro, alguns poucos discípulos iam à frente e anunciavam na cidade: - Buda está chegando, mas por favor não façam aquelas onze perguntas. E uma daquelas onze perguntas era: - Por que a vida existe? Uma outra era: - Quem criou o mundo? Naquelas onze perguntas, toda a filosofia estava contida. Na verdade, se você abandonar aquelas onze perguntas, nada sobra para ser perguntado. Buda costumava dizer que essas eram perguntas inúteis. Elas não eram respondíveis, não porque ninguém soubesse a resposta. Elas eram irrespondíveis pela própria natureza das coisas. Um grande filósofo, Maulingaputta, veio até Buda e começou a fazer algumas perguntas... Perguntas após perguntas. Buda ouviu silenciosamente por meia hora. Maulingaputta começou a se sentir um pouco embaraçado porque Buda não estava respondendo, ele estava simplesmente sentado ali, sorrindo, como se nada tivesse acontecido, e ele havia formulado pergunt

Há dias em que se tem motivo para se estar triste

Ah Dona Marina!! AH! OHHH! OHHHH! ahh! Uma vida benigna. Sinto sua falta vovó.   Aniversário   - Fernando Pessoa  No tempo em que festejavam o dia dos meus anos, Eu era feliz e ninguém estava morto. Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos, E a alegria de todos, e a minha, estava certa como uma religião qualquer No tempo em que festejavam o dia dos meus anos, Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma. (...)  Song - Canção (W. H. Auden)   "Stop all the clocks, cut off the telephone, Prevent the dogs from barking with a juice bone, Silence the pianos and with a muffled drum Bring out the coffin, let the mouners come. Parem todos os relogios, desliguem o telefone, impeçam os caes de latir com um osso suculento, Silenciem os pianos e com um tambor surdo Tragam para fora o caixao, que venham os que velam (carpideiras) He was my North, my South, my East and West, My working week and my Sunday rest, My noon, my midnight, my talk, my song; I tho

Aniversário

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos, Eu era feliz e ninguém estava morto. Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos, E a alegria de todos, e a minha, estava certa como uma religião qualquer No tempo em que festejavam o dia dos meus anos, Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma. (...) - Fernando Pessoa

Hebe Camargo ou como a Moly Bloom depois de velha não superou um hedonismo infantil

Não bastasse o fato de falar coisas óbvias com ares de revelação suprema da intelectualidade, o maior ego da televisão brasileira é patologicamente otimista. Obcecada sexual por falta do que ruminar, usa deste artificio aos quatro ventos para que pensemos que tem 15 anos . Como se não bastasse usa a religião como encosto, como todo crente. O contra exemplo de décadas da moçoila que fez parte da TFP (o que ajudou a instaurar a ditadura diga-se de passagem) só termina com a sua morte. No canal em que está a anos tem espaço garantido graças a amizade com o Sr Bingo na tv - não há camaleão maior associado ao poder. Ah, mas ela ainda tá viva e dá frutos me dirá um amigo pessimista. E ele tem razão. Dois aparecem na TV e não deixam de fazer referências diretas e indiretas a mestra: Monique peitões Evans e a pulga do cavalo de um piloto de corridas ego maníaco que outra emissora transformou em ídolo. Antes que me perguntem, a Lucian t a é um outro caso. Tem mais cultura. Much inteligência. S

Eu vou pra casa

Vou pra casa descansar. Moro sozinho. Não tenho vizinhos. Agora já posso deixar de lado a busca. Esquecer-me dela. Não há destino, não há o que encontrar. Como comecei: vamos viver. Há algo na sabedoria do buda que toca profundamente. Mas não deve-se seguir ninguém. Não deve-se fazer parte de nenhum rebanho... Deve-se ter senso de comunhão apenas...  "O homem entusiasta. Seguem-no discípulos de todas as partes (...) " "...não tem pretensão alguma de formar uma religião, nem de formar uma seita, nem de reformar o bramanismo, nem de criar nada. Quer viver a sua vida, não pretende nada, não quer nem mesmo dar um nome a comunidade que pouco a pouco está se formando. Ao morrer, octogenário, os discipulos se dão conta de que não tem um lugar, que nada sabem, que nada está resolvido. Que se passou? Então, três meses após a sua morte, quinhentos anciãos convocam o primeiro concilio do mundo budista para ver o que havia ocorrido. (...)" "Nesse concilio se configuram d

Pra se repensar alguns velhos e pesados conceitos

Artigo "Cerca de 11 mil crianças foram vítimas de padres pedófilos nos EUA desde 1950 O escândalo dos padres pedófilos continua a abalar a Igreja católica americana. Milhares de vítimas estariam até hoje emparedadas no silêncio. (...) Os 4.392 padres acusados representam cerca de 4% da totalidade dos padres americanos (...)" Le Monde (28/02/2004) Qual a utilidade de um padre? Não me respondam que é a mesma do Michael Jackson, por que entretenimento tem hora. Precisamos de valores espirituais? Não! Precisamos de novos valores, e a velha com artrite não está preparada para isto. Não é possivel entretanto me esquecer do ditado clássico do racionalismo: o mundo quer ser enganado.

As quatro nobres verdades do Budismo. (interpretação livre)

1. O sofrimento é inerente a toda forma de existência. 2. A ignorância é a origem do sofrimento: o desejo egoísta e os apegos de qualquer tipo. A insatisfação é resultado dos anseios e desejos que não podem ser plenamente realizados, e estão atrelados à sede de poder. A maioria das pessoas é incapaz de aceitar o mundo como é porque é levada pelos vínculos com o desejo narcisístico do sempre agradável e com sentimentos de aversão pelo negativo e doloroso. O anseio sempre cria uma estrutura mental instável, no qual o presente, única realidade fenomênica, nunca é satisfatório. Se os desejos não são satisfeitos, a pessoa tende a lutar para mudar o presente ou agarra-se a um tempo passado; se são satisfeitos, a pessoa tem medo da mudança, o que acarreta novas frustrações e insatisfações. Como tudo se transforma e passa, o desfrutar de uma realização tem a contrapartida de que sabemos que não será eterno. Quanto mais intenso for o desejo, mais intensa será a insatisfação ao saber que tal re