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Mostrando postagens de outubro, 2003

Walden or life in the woods

Algo que me lembro quando não estou feliz... Eles lêem este texto no quase-bom Sociedade dos poetas mortos Walden or life in the woods I went to the woods because I wished to live deliberately, to front only the essential facts of life, and see if I could not learn what it had to teach, and not, when I came to die, to discover that I had not lived. I did not wish to live what was not life, living is so dear; nor did I wish to practice resignation, unless it was quite necessary. I wanted to live deep and suck out all the marrow of life, to live so sturdily and Spartan-like as to put to rout all that was not life, to cut a broad swath and shave close, to drive life into a corner, and reduce it to its lowest terms, and, if it proved to be mean, why then to get the whole and genuine meanness of it, and publish its meanness to the world; or if it were sublime, to know it by experience, and to be able to give a true account of it in my next excursion. - Thoreau

Exercitando a auto piedade

Estou triste.. Pior, sinto-me lúcido... Não me importaria hoje de perder qualquer coisa, incluindo a minha vida. Eu estou amargo mas mesmo assim, se vejo alguém feliz, a tristeza se dissipa um pouco. Não vou chamar nenhum amigo pra escrever aqui. Nenhuma modelete pretensiosa irá chorar as pitangas. Não se chegará a nenhuma conclusão, não será proposto nenhum dogma, não se exigirá fé de quem lê nem se tentará reduzir nossas idéias a algo tão estúpido como uma certeza. Só peço paciência... Esta nossa espécie infame e estúpida não foi desenhada para descobrir verdades, mas alguém já disse que falariamos bastante sobrando só as perguntas. Continuemos com o besteirol! É o que é este blogger: um pouco sobre nada, muito barulho, alguma humanidade... Muita pretensão. Nenhuma novidade.

Intolerância

Minha primeira namorada abandonou o grupo de literatura que montamos, por que enviei um post com o poema do Fernando Pessoa O Guardador de rebanhos... Fiquei um pouco decepcionado. Diz o poema: "estúpido como a igreja católica."  E este é o motivo.  Não consigo me imaginar detestando a obra do Caravaggio por que ele era cristão. Ou por que era assassino. Não sou menos apaixonado pela música do Mozart por ele ter escrito um Requiem. Repensando a atitude é bizarra. Pro que queremos achamos desculpas, pro que queremos procuramos pretextos.  Poderia dizer sobre ela: sã de espírito, amoral, fertilizável, inconfiável, cativante, perspicaz, limitada, prudente, indiferente. A carne que sempre diz “Sim”! E tudo sempre com muito entusiasmo. Sincera e justa em minúcias, por teimosia em geral, em maior escala, na atitude total perante a vida insincera.  O caráter de um gato: predador disfarçado de animal de estimação. Expansiva de um jeito meigo, como se flutuasse dado sua proximidade co

O Guardador de Rebanhos

Excerto de O Guardador de Rebanhos VIII - Num Meio-Dia de Fim de Primavera Num meio-dia de fim de primavera Tive um sonho como uma fotografia. Vi Jesus Cristo descer à terra. Veio pela encosta de um monte Tornado outra vez menino, A correr e a rolar-se pela erva E a arrancar flores para as deitar fora E a rir de modo a ouvir-se de longe. Tinha fugido do céu. Era nosso demais para fingir De segunda pessoa da Trindade. No céu era tudo falso, tudo em desacordo Com flores e árvores e pedras. No céu tinha que estar sempre sério E de vez em quando de se tornar outra vez homem E subir para a cruz, e estar sempre a morrer Com uma coroa toda à roda de espinhos E os pés espetados por um prego com cabeça, E até com um trapo à roda da cintura Como os pretos nas ilustrações. Nem sequer o deixavam ter pai e mãe Como as outras crianças.