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Mostrando postagens de maio, 2002

Musica (III)

John Williams depois de se escutar Bernard Hermann, parece música feita pra filme teen da sessão da tarde. A mais profunda modelete-escritora da lingua portuguesa - óbvio que ela não é a senhora Jorge Amado - depois de se ler James Joyce, parece diário da Luluzinha, com crise por que não saber onde está a boneca que jogou fora, com crises por isto e por aquilo também, quando depois de velha descobriu que não há afinal qualquer saída para a nossa espécie, nem mesmo na maternidade. Ela soa como uma música leve, delicada e terrivelmente alegre: a Grande Valse Brillante do Chopin.

Histórias pra boi dormir

Um dia me contaram uma história sobre um jovem, filho de familia pobre, que acreditou poder mudar o mundo com o seu bom coração. Ingênuo no mínimo... Então para que ele tivesse algum poder eles disseram: ah, mas é o filho de Deus... (inacreditável pra não dizer absurdo)

Eros e Psiquê

Conta a lenda que dormia Uma Princesa encantada A quem só despertaria Um Infante, que viria De além do muro da estrada. Ele tinha que, tentado, Vencer o mal e o bem, Antes que, já libertado, Deixasse o caminho errado Por o que à Princesa vem. A Princesa Adormecida, Se espera, dormindo espera, Sonha em morte a sua vida, E orna-lhe a fronte esquecida, Verde, uma grinalda de hera. Longe o Infante, esforçado, Sem saber que intuito tem, Rompe o caminho fadado, Ele dela é ignorado, Ela para ele é ninguém. Mas cada um cumpre o Destino Ela dormindo encantada, Ele buscando-a sem tino Pelo processo divino Que faz existir a estrada. E, se bem que seja obscuro Tudo pela estrada fora, E falso, ele vem seguro, E vencendo estrada e muro, Chega onde em sono ela mora, E, inda tonto do que houvera, À cabeça, em maresia, Ergue a mão, e encontra hera, E vê que ele mesmo era A Princesa que dormia. Fernando Pessoa

Cego?

Há uma coisa que encontro no CVV e que não tenho visto nas rodas de amigos que participo: respeito. Não conseguiria mais deixar de participar... Fazia tempo que não me sentia parte de algo.

Cotidiano (II)

Bem, o que dizer sobre ontem a noite? Fui na casa de uns amigos e me senti mal. Primeiro os palavrões, palavras de baixo calão e grosserias que são ditas em nome da alegria. Uma mistura de inflação do ego e perda da vergonha. Palavrão tem hora certa pra ser dito também. Depois a falta de assunto de quem não assiste nem Jornal Nacional, é triste. E há o Deus cristão, o Deus das pessoas tolerantes: consigo mesmas. Sim, é necessário sublimar toda a enxurrada de sentimentos baixos e destrutivos. Se não há sexo, precisa haver Deus. Como Shakespeare tem sempre razão: tudo é só guerra e luxúria, nada mais entra em moda. Não esperava ir lá encontrar uma daquelas minhas amiguinhas de São Paulo que estudaram na Casper Libero, na PUC ou na ECA e são profundas conhecedoras de nada, apesar de falarem sobre tudo. (exceto a Ana que eu convidei pra escrever no Blog =) Eu só esperava relaxar um pouco. É estranho, não pensei que diria isto, mas sinto falta de São Paulo. Com correria, chefe idiota e tud