Sentado na sala, lendo. Ultimas estrofes do poema Tabacaria. Toca The Second Waltz . Fecho a janela da rua... Não há espaço para conversa com o primeiro idiota que estende a mão... Temas enfadonhos... O dinheiro, desnecessário falar dele se em casa já temos o que comer... eleições uma bobagem, a novidade tecnológica da vez não resolve nada e o futuro da humanidade não me interessa mais, não tenho tanta presunção em saber... nem o futuro da minha filha no quarto ao lado sou capaz de conhecer ... Música termina, escuto o Abul dizer " odeio quem me rouba a solidão sem em troca oferecer verdadeira companhia", vou pro quarto... Enfim, tudo parece definitivo... É perfeito apagar todas as luzes, abrir a janela que dá para única árvore no fundo do quintal e ouvir as Gymnopédies . O que me faz pensar: árvore e Satie... Nada a fazer... Nada... Esperando Godot... S atie musicou Malone Morre, fez trilha sonora pro livro que é impossível de ser filmado ... Nem
Aprender a amar ou iludir-se voluntariamente. Como estou deixando de ser um lobo da estepe...
Quem tem dEus não precisa dos outros... Quem aprendeu a ver flores, não precisa mais inventar dEus.